Nas últimas semanas, um tipo de vídeo viralizou no TikTok. Nas imagens, pescadores paraenses mostram a captura farta do chamado "camarão gigante". De nome científico Macrobrachium rosenbergii, e conhecido como camarão-gigante-da-Malásia, a espécie chama a atenção pelo tamanho muito maior do que um camarão normal, podendo chegar a 32 centímetros, e pelas patas azuis.
Ela é invasora, ou seja, não é natural da Amazônia, mas sua população vem crescendo bastante na região, explicam especialistas. Apesar de consumido comercialmente, sua presença traz impacto ambiental a outras espécies, pela competição por habitats e comida.
Oceanógrafo da Universidade Federal do Ceará (UFC), e que já pesquisou essas espécies pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Tommaso Giarrizo explica que o camarão-gigante-da-Malásia começou a ser cultivado no país asiático em 1961 e logo foi difundido em outros países, por causa de seu sucesso comercial. Chegou ao Brasil em 1977, para fins aquícolas, em um trabalho do Departamento de Oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco.
Giarrizo acrescenta que os camarões gigantes começaram a aparecer cada vez mais nos anzóis de pescadores após escaparem dos tanques de carcinicultura — a criação de camarões em cativeiro — até se estabelecerem no ambiente brasileiro. Hoje, essa espécie é criada comercialmente em 13 estados do país, e sua presença em ambiente natural já foi registrada em pelo menos oito Estados: Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Sergipe, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
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